Biografia...



     José Lins do Rego (1901-1957) foi escritor brasileiro. "Menino de Engenho", romance do "Ciclo da Cana-de-Açúcar", lhe deu o prêmio Graça Aranha. Seu romance "Riacho Doce", foi transformado em minissérie para a televisão. Integrou o "Movimento Regionalista do Nordeste". É patrono da Academia Paraibana de Letras. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira nº25.


    Nasceu no engenho Corredor, no município de Pilar, Paraíba, no dia 3 de julho de 1901. Filho de família patriarcal, passou a infância no engenho do avô materno. Iniciou seus estudos no município de Itabuna. Estudou no colégio Carneiro Leão, no Recife. Desde 1919, já colaborava em vários periódicos. Em 1920 ingressa na Faculdade de Direito do Recife.

    Em 1923 conhece Gilberto Freire, que exerceu grande influência na sua vida literária. Em 1924 casou-se com Filomena Masa Lins do Rego. Em 1925, já formado, muda-se para Minas Gerais, onde exerce o cargo de promotor. Em 1926 muda-se para a cidade de Maceió. Mantém contato Com Gilberto Freire e Olívio Montenegro, no Recife. Em 1932, publicou "Menino de Engenho", que lhe deu o prêmio da Fundação Graça Aranha. Mantém intensa atividade literária, publica um livro por ano.

    Em 1935 vai para o Rio de Janeiro, onde torna-se amigo de Graciliano Ramos, Jorge de lima, Raquel de Queirós e Aurélio Buarque de Holanda. Opõe-se ao Movimento Modernista de São Paulo e integra o "Movimento Regionalista do Nordeste". Sua obra divide-se em três fases temáticas: "Ciclo da Cana-de-Açúcar", "Ciclo do Cangaço e Misticismo" e "Temas Independentes".

    Partindo de experiência autobiográfica, a vida levada no engenho de seu avô, encontrou o tema fundamental de seus romances. O esplendor dos engenhos, a decadência e a substituição pelas usinas, a paisagem açucareira, é tudo retratado em seus livros. A fase mais importante de suas obras é a que corresponde ao "Ciclo da Cana-de-Açúcar".

    No romance "Menino de Engenho", o narrador vai dizendo de sua infância passada na fazenda do avô. Esse menino é o próprio narrador, Carlos de Melo, uma espécie de dublê do autor. A obra "Doidinho", é praticamente continuação do romance anterior. Carlos de Melo vive o cotidiano de um colégio interno. Em "Banguê", o autor narra a volta de Carlos Melo, já formado em Direito, para a fazenda Santa Rosa.

    O romance "Fogo Morto", é um comovente drama político, em que os protagonistas maiores são o seleiro Zé Amaro e seu compadre Vitorino. O crítico Otto Maria Carpeaux define a obra de José Lins do Rego, como profundamente triste: "É uma epopeia da tristeza de sua terra e de sua gente. Tudo está condenado a adoecer, morrer e apodrecer".

    José Lins do Rego Cavalcanti morreu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1957.

Obras de José Lins do Rego

Menino de Engenho, romance, 1932
Doidinho, romance, 1933
Banguê, romance, 1934
O Moleque Ricardo, romance, 1934
Usina, romance, 1936
Histórias da Velha Totônia, literatura infantil, 1936
Pureza, romance, 1937
Pedra Bonita romance, 1938
Riacho Doce, romance, 1939
Água Mãe, romance, 1941
Gordos e Magros, 1942
Fogo Morto, romance, 1943
Pedro Américo, 1943
Poesia e Vida, 1945
Conferências no Prata, 1946
Eurídice, romance, 1947
Homens, Seres e Coisas, 1952
Cangaceiros, romance, 1953
A casa e o Homem, 1954
Roteiro de Israel, 1954
Meus Verdes Anos, memória, 1956
Presença do Nordeste na Literatura Brasileira, 1957
O Vulcão e a Fonte, 1958